
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Investigação Penal de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, denunciou à Justiça por racismo qualificado o padre Antonio Carlos dos Santos devido à discriminação e preconceito contra a orientação sexual de casais homoafetivos.
A denúncia foi distribuída à 2ª Vara Criminal do município na quinta-feira (5). Em 30 de abril de 2023, o ator Bernardo Dugin estava com sua família em uma missa de sétimo dia, na capela do Colégio Nossa Senhora das Dores, quando, segundo ele, ouviu discurso com teor homofóbico e se retirou do local. O ator decidiu entrar com processo contra o padre.
Na ação do MPRJ consta que o religioso disse repetidas vezes que “o demônio entrava na casa das pessoas de diversas formas para destruir as famílias, sendo uma delas representada pela união de pessoas do mesmo sexo, homem com homem, mulher com mulher”.
Um inquérito foi instaurado na Polícia Civil. Na ocasião, a Diocese de Nova Friburgo divulgou uma nota pedindo perdão às pessoas que se sentiram ofendidas pela fala do padre.
“A Diocese de Nova Friburgo, por meio de seu Bispo Bom Luiz Antonio Lopes Ricci, lamenta profundamente o ocorrido com o ator Bernardo Dugin, durante a Santa Missa de 30 de abril, na Capela do Colégio Nossa Senhora das Dores, em Nova Friburgo. Pedimos perdão às pessoas que se sentiram ofendidas e reafirmamos aquilo que é recorrente nas orientações do Bispo para os padres e leigos: misericórdia, respeito, diálogo, tolerância e reconciliação”, diz a nota.
O Ministério Público do Rio de Janeiro pede, na sentença, uma indenização por danos coletivos de R$ 50 mil, que seriam revertidos para uma instituição que cuida dos direitos do público LGBTQIA+.
*Com informações do MPRJ