
Começou a valer nesta segunda-feira (6) o decreto de garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo. A operação deve durar até 3 de maio de 2024. A GLO foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (1º).
No 1º dia do regime no RJ, militares da Marinha e agentes da Guarda Portuária montaram postos de fiscalização nos acessos ao Porto do Rio. Na entrada da Avenida Brasil, no Caju, todos os veículos eram inspecionados. Homens utilizavam espelhos, por exemplo, para checar por baixo dos carros.
Cães farejadores estavam a postos. Quem chegava ao porto a pé também era abordado.
O que é a GLO
A medida abrange os portos de Itaguaí (RJ), Rio de Janeiro e Santos (SP). E os aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ). Com o decreto assinado por Lula, militares das Forças Armadas atuarão nesses locais.
“Esse decreto estabelece a criação de uma operação integrada de combate ao crime organizado, e por isso estou fazendo esse decreto de GLO especificamente para o Porto do Rio de Janeiro, Porto de Santos, Porto de Itaguaí, Aeroporto do Galeão e Aeroporto de Guarulhos”, disse Lula, no Palácio do Planalto, na última quarta.
O presidente Lula afirmou que haverá um comitê de acompanhamento integrado das ações de segurança coordenado pelos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro.
As duas pastas apresentarão um plano de modernização de atuação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Exército, Aeronáutica e Marinha “visando melhorar a atuação em portos, aeroportos e fronteiras”.
“A Polícia Federal ampliará as ações de inteligência e as operações de prisões e apreensões de bens pertencentes às quadrilhas e milícias, especialmente no Rio de Janeiro”, disse Lula.
Ao todo, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, serão empregados 3,7 mil militares das Forças Armadas, sendo:
- 2.000 do Exército
- 1.100 da Marinha
- 600 da Aeronáutica
O comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, explicou que os militares terão “poder de polícia” nos aeroportos de Guarulhos e do Galeão.
“Temos esse poder de polícia tanto na área de manobra de aeronaves, na questão de movimentação de bagagens e cargas, como também no saguão com uma operação policial extensiva”, disse Damasceno.
O comandante da Marinha, Marcos Olsen, informou que a Marinha tem a responsabilidade de atuar nas vias de acesso aos portos e, também, realizar inspeções navais, uma atividade administrativa. Com a GLO, poderá fazer revistas caso sejam identificados indícios de crimes.
“A Marinha tem o mandado para evoluir para uma revista criminal e assim fazer a sua atuação”, explicou o almirante.
O comandante do Exército, Tomás Paiva, disse que pretende empregar cerca de 2 mil militares na atuação em uma faixa de 2,3 mil quilômetros nas fronteiras.
O Exército poderá fazer patrulhamento, revista de pessoas, veículos terrestres e embarcações e prisões em flagrante.
Lula também disse que Ministério da Justiça e o governo do Rio de Janeiro vão implantar o Comitê Integrado de Investigação Financeira e Recuperação de Ativos, “visando enfraquecer o poder financeiro das quadrilhas”.
Crise de segurança no Rio
O governo discute há semanas ações para auxiliar estados que enfrentam crises na área de segurança. A situação no Rio de Janeiro, por exemplo, se agravou nas últimas semanas.
Em reação à morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, criminosos incendiaram 35 ônibus e um trem na Zona Oeste da capital fluminense.
Recentemente, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pediu apoio federal no combate às milícias e ao crime organizado no estado.
*Fonte: g1
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